Cicatriz de acne é um estigma.
Muitos pacientes têm vergonha de se olhar no espelho, outros, importante queda na sua autoestima, em função das suas cicatrizes de acne. Infelizmente nossos consultórios são lotados de pacientes com cicatrizes de acne, que são o resultado de uma acne agressiva em um rosto com menor capacidade de cicatrização. Algumas pessoas passam pela adolescência com muitas espinhas, no entanto, não formam qualquer cicatriz no fim da adolescência. Por outro lado, outros passam pela adolescência com poucas ou moderadas espinhas, mas que causam importantes deformidades no rosto. A formação de cicatrizes de acne é tanto uma característica genética, como também uma falta de cuidado do paciente durante a adolescência para controlar suas espinhas corretamente com um bom dermatologista.
A melhor maneira de não termos cicatriz de acne é prevenir.
Nós, dermatologistas, cada vez somos mais agressivos no tratamento inicial das espinhas em pacientes que percebemos que, mesmo jovens, começam a formar cicatrizes. Cicatriz de acne é um problema tanto para o paciente, como para o dermatologista. É isso deve ser conversado e bem entendido antes do tratamento.
Porque normalmente a pele sempre melhora, mas nunca fica 100% lisa, como na época anterior a adolescência.
O tratamento de cicatriz de acne é parecido com o tratamento do dentista: você demora em ver os resultados, você precisa de esforço, tempo e sacrifício. Mas quando aparecem, tempos depois, os resultados são muito gratificantes e duram por toda a sua vida.
O próximo passo é entender como é feito o tratamento de uma cicatriz. Uma cicatriz é sempre uma cicatriz. Entendeu?
Mas nós conseguimos aliviar e deixá-la mais discreta, menos perceptível.
Algumas vezes a resposta é tão intensa, que os resultados ficam perto de oitenta por cento de melhora. Mas em média, com tratamentos bem feitos e agressivos, você deve esperar uma melhora que varia de 40 a 70% nas cicatrizes e na textura da sua pele.
Para tratar cicatrizes de acne, assim como no tratamento das estrias, não adianta ser conservador ou pensar no uso de cremes, ácidos ou peelings. Não adianta tratar com carinho porque você não verá resultado algum.
Para reconstruir a pele é necessário destruir. É necessário machucar, agredir e aguardar até que a pele se recupere formando uma nova pele mais organizada com fibras elásticas e colágenas correndo paralelas à superfície e trazendo um aspecto mais jovem e uniforme no lugar da antiga cicatriz.
Portanto, a base do tratamento atual para cicatrizes de acne é uma combinação: de laser fracionado ablativo, laser fracionado não ablativo, microagulhamento, derma Roller, dermapen, técnicas pontuadas de cauterização química (também chamada de cross) radiofrequência pulsada com multiagulhas, e outras técnicas da dermatologia moderna. As antigas formas muito agressivas de laser de CO2, completamente ablativos, o peeling de fenol, a dermoabrasão e as cirurgias, são cada vez menos realizadas e praticamente abolidas dos consultórios mais modernos de dermatologia de excelência.
Os últimos 10 anos a dermatologia estética avançou bastante, e junto avançaram as formas de abordar e de tratar as cicatrizes de acne. Dentro da dermatologia há várias formas de classificar os diferentes tipos de cicatriz de acne, mas uma das mais empregadas é a classificação em cicatrizes distensíveis e não distensíveis de acne.
As cicatrizes de acne distensíveis são aquelas que quando você estica a pele elas tendem a desaparecer, algumas lembram pequenas crateras ou ondulações, as cicatrizes de acne distensíveis são mais fáceis de tratar.
O outro tipo de cicatriz de acne são as chamadas de cicatrizes não distensíveis, são aquelas cicatrizes que não somem quando você estica ou puxa a pele geralmente elas lembram pequenos furinhos semelhantes àqueles que fazemos com um furador de gelo também chamadas, portanto em inglês de ice-pick.
As cicatrizes não distensíveis são dificílimas de tratar, e você deve esperar respostas inferiores mesmo com muitas sessões.
Dr. Claudio Wulkan é:
Dermatologia Clínica e Cirúrgica
UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Revisor Científico de Livros de Dermatologia da Editora Médica Manole
Assistente no ambulatório de Dermatologia Estética na Faculdade de Medicina, FMABC
Membro das:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
American Academy of Dermatology
Corpo Clínico Hosp. Israelita Albert Einstein Alphaville desde 2004
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