Inverno diminui o risco de contágio por dengue, zika e chikungunya?
Engana-se quem pensa que a prevenção contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya, deve ser feita somente no verão. Agora, no outono, e até mesmo no inverno, quando a população do mosquito está relativamente mais baixa, os cuidados devem permanecer e serem até intensificados.
A bióloga Margareth Capurro, professora associada do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, explica que a proliferação do Aedes pode continuar alta em diversas cidades do Brasil, já que em muitas a mudança entre inverno e verão é sutil. Como exemplo, ela cita Recife. “Lá o frio ainda vai ser quente, uma média de 25ºC. E ainda tem o tempo chuvoso, ou seja, não muda muito. A população do mosquito vai permanecer em elevação”, prevê ela.
Segundo a bióloga, que vem estudando o Aedes aegypti já há alguns anos, pode-se dizer que a possibilidade de contrair as doenças nesta época é menor. Isso porque no inverno não ocorrem os picos de epidemia – quando há uma população suscetível ao vírus –, ou seja, menos pessoas ficam doentes.
No entanto, Margareth diz que o risco não está descartado. “A gente não tem de se deixar enganar só porque o inverno está aí e não cuidar do mosquito, até porque ele não deixa de existir. Ele está em uma fase dormente, mas ainda está presente”, assegura.
O infectologista Juvêncio Furtado, coordenador científico da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), também afirma que o frio limita a população de Aedes aegypti, mas que, mesmo assim, ainda haverá ocorrências no período. “Se formos para os Estados do Sul, os casos de dengue, por exemplo, serão menores do que no Nordeste e Centro-Oeste. Mas é evidente que lá também vai haver a transmissão”, avalia.
Ele enfatiza que as medidas de prevenção contra o mosquito devem continuar sendo feitas. “Quando se faz o combate durante todo o ano, quando se impede os criadouros, é ai que nós temos uma redução do número de casos no ano seguinte.”
Para afastar o Aedes aegypti e diminuir a chance de contrair a dengue, o zika vírus e a chikungunya, é essencial não deixar água acumulada em vasos de plantas e pneus, usar roupas brancas e compridas e utilizar repelente.
Dr. Claudio Wulkan é:
Dermatologia Clínica e Cirúrgica
UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Revisor Científico de Livros de Dermatologia da Editora Médica Manole
Assistente no ambulatório de Dermatologia Estética na Faculdade de Medicina, FMABC
Membro das:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
American Academy of Dermatology
Corpo Clínico Hosp. Israelita Albert Einstein Alphaville desde 2004
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