O que é o Melasma e Tratamento do melasma
CONTEÚDO DE 2018
O que é o melasma ?
Tipos e classificação do Melasma com relação a profundidade e localização do pigmento
- Melasma epidérmico: Quando há depósito de pigmento (melanina) na epiderme (camada mais superficial da pele).
80% dos casos, sai com os tratamentos convencionais, mais ou menos facilmente. - Melasma dérmico: Caracterizado pelo depósito de pigmento (melanina) na camada da pele chamada derma, mais profundo.
5% dos casos. São os melasmas de difícil tratamento e controle. Não respondem a quase nada, nem laser, peeling, cremes etc.. - Melasma Misto: Depósito de um excesso de melanina na epiderme e na derme.
15% dos melasmas. Respondem parcialmente ao tratamento, e quando removemos o pigmento da epiderme, resta o dérmico, que raramente responde ao tratamento.
- melasma malar (maçãs do rosto),
- centrofacial (testa, bochechas, acima do lábio, nariz e queixo) e
- mandibular, conforme a região em que aparece.
CLÍNICA E SINTOMAS DO MELASMA
Mas você deve saber que MELASMA NÃO TEM CURA. TEM CONTROLE.
Alguns somem espontaneamente ou com o tratamento, mas outros persistem, apesar de tudo que a dermatologia moderna dispõe.
Fotoproteção – Proteção solar fundamental no tratamento do melasma, sempre !
Medicamentos tópicos, cremes para tratamento do melasma
PEELINGS DE ÁCIDOS PARA O TRATAMENTO DO MELASMA
Lasers para melasma e Luz Intensa Pulsada – Laser Elektra/Spectra/Revlite/ACROMA
Microagulhamento, derma roller , dermapen para o tratamento do melasma
Medicamentos orais para o melasma
REVISÃO – Lembrando : Causas do melasma
Não há uma única causa definida para o melasma, mas sabe-se que ele está relacionado principalmente à exposição solar, mas também ao uso de anticoncepcionais e algumas outras medicações, fatores hormonais, predisposição genética, algumas doenças (ex: hepatopatias) e à gravidez. A maior parte das pessoas com melasma possui um histórico de exposição diária ou intermitente ao sol, embora também suspeita-se que o calor seja um fator subjacente. É mais comum em mulheres, aproximadamente 90% dos casos, e àquelas com tons de pele mais escuro tem mais probabilidade de apresentar a doença.
São diversos os fatores que podem desencadear o surgimento do melasma, dentre eles:
- Exposição ao sol, pois a luz ultravioleta estimula os melanócitos (que produzem os pigmentos de cor da pele, a melanina). Apenas uma pequena quantidade de exposição solar pode fazer com que o melasma retorne, mesmo em uma pessoa que já o tratou anteriormente, e essa é uma das principais razões porque os casos aumentam no verão.
- Mudanças hormonais causadas pela gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais ou repositores hormonais, além das endocrinopatias, como as doenças da tireóide
- Produtos cosméticos para o tratamento da pele que acabam por irritá-la podem piorar os episódios de melasma.
- Genética
- Medicamentos e hormônios
Fatores de risco para o melasma
São vários e diversos os fatores que aumentam o risco da pessoa desenvolver melasma, entre eles:
- mulher, elas representam aproximadamente 90% do total dos casos de melasma conhecidos
- um tom de pele mais escuro, como as africanas e afrodescendentes, indianas, hispânicas e asiáticas, pois são mais propensas a contrair melasma por possuírem mais melanócitos ativos para a produção de melanina (pigmentação da pele)
- gestante , devido às alterações hormonais
- parente e familiar direto com melasma
- morarm em locais com altas temperaturas, exposição ao sol e verão
Buscando ajuda do dermatologista para tratar as manchas
Caso apareçam manchas na região do rosto ou pescoço a pessoa deve procurar imediatamente um dermatologista para verificar o que está acontecendo. Mesmo que seja um caso recorrente de melasma, é importante verificar com o especialista o tipo e tratamento adequado para este momento. O melasma não é cancerígeno, mas manchas na pele podem ter diversos significados.
Na consulta médica
Ao aparecimento de manchas no rosto e corpo é sempre importante procurar um dermatologista para verificar. Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar ao consultório com algumas informações:
- Uma lista com todas as manchas e há quanto tempo elas apareceram
- Se já teve outros episódios de melasma, informar quando foi a primeira vez e a data dos últimos tratamentos
- Histórico médico, incluindo outras condições que tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Com qual frequência você se expõe ao sol e por quanto tempo?
- Costuma usar protetor solar? Qual FPS?
- Já teve outros episódios de melasma anteriormente? Como foi tratado?
- Algum parente próximo (pais e/ou irmãos) já teve melasma?
- Já fez ou faz tratamentos com hormônios?
- Usa pílula anticoncepcional?
- Está grávida ou com suspeita de gravidez?
É importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante, pois isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. E caso tenha uma dúvida nova durante o atendimento ou tratamento, não hesite em perguntar ao profissional.
Convivendo como melasma, o que esperar do melasma com os anos ?
Tratando corretamente e tomando todos os cuidados diariamente é possível que os episódios de melasma não voltem a se repetir, apesar da doença ainda não ter cura.
Complicações possíveis durante o tratamento
Curiosidades sobre o melasma
A causa do melasma é desconhecida estando envolvidos fatores genéticos raciais, hormonais e ambientais como a radiação ultravioleta. O cloasma gravídico está associado as mudanças hormonais deste período e em geral desaparece após o parto.
Ainda não houve identificação de genes específicos ligados ao melasma, mas a prevalência maior nos hispânicos e asiáticos além da ocorrência familiar sugerem a participação genética.
A participação do estrógeno e progesterona na etiologia destas manchas tem fortes indícios pela relação tanto com a gravidez como com o uso de anticoncepcionais. Dosagens séricas destes hormônios em mulheres com melasma são normais e idênticas aquelas do grupo controle.
Os níveis do hormônio melanotrófico também não apresentam alterações nos pacientes com melasma.
Alguns trabalhos sugerem a relação do aparecimento do melasma com doenças da tiróide especialmente aquelas auto imunes. Outros, demonstraram a elevação sérica do hormônio luteotrófico (LH) , sugerindo relação com algum grau de hiperandrogenismo.
Já foram encontrados receptores estrogênicos nos melanócitos cultivados e demonstrou-se que o hormônio aumenta a melanogenese e a atividade da tirosinase. Alguns estudos também comprovaram que tanto o estradiol, estriol e estrona em níveis fisiológicos estimulam a formação de melanina e atividade do tirosinase. Alguns autores realçam a relação entre o ACTH e a produção melânica.
Os melanócitos do melasma, parecem ter comportamento diferente daqueles da pele normal pois quando abrasados voltam a produzir o mesmo nível de melanina. Especula-se que tenham receptores e que a ligação hormônio receptor seja mais eficiente e interfira na melanogenese local.
A radiação ultravioleta do sol e de lâmpadas artificiais estimula os melanócitos “in vivo” e em cultuas. A exposição solar aumenta os melanócitos da camada basal, a produção e transferência da melanina. A pigmentação pode ser imediata, ou tardia. Estudos bioquímicos sugerem que a pigmentação imediata envolve a oxidação de melanina pré-formada e relaciona-se a ultra violeta A 320-400mm.
A pigmentação tardia ocorre por comprimento de onda na faixa da radiação B 290-320mn e estimula a formação de novas células, a produção melânica e a transferência da mesma.
A melanogenese induzida pela radiação ultravioleta é bastante complexa envolvendo receptores hormonais do hormônio melanotrófnco participação da vitamina D3, além do desencadeamento de cascata inflamatório com formação de radicais superóxidos.
Estratégia do tratamento do dermatologista contra o melasma
1. Proteção em relação à radiação solar.
2. Inibição da atividade dos melanócitos.
3. Inibição da síntese de melanina.
4. Remoção da melanina.
5. Destruição dos grânulos de melanina.
Para que ocorra inibição da atividade global do melanócito, é importante evitar radiação solar e utilizar filtro solar, sistêmico e tópico diariamente, várias vezes ao dia. Está comprovado que a radiação solar induz a melanogenese aumentando o número total de melanócitos, melanossomas e melanina.
A área pigmentada escurece mais do que a área normal devido a hiperatividade do melanócito local.
Outros fatores devem ser enfatizados como evitar o uso de drogas fotosensibilizantes. O uso de anticoncepcionais precisa ser descontinuado para obter melhores resultados uma vez que há associação direto do estrógeno e progesterona com o melasma.
A agressão e manipulação da área com melasma deve ser evitado. Toda inflamação no local tende a escurecer mais a mancha devido a pigmentação pós inflamatória.
Inibição da síntese da melanina
A inibição da síntese de melanina pode ser feita com vários clareadores como os enumerados na tabela 1
Tabela 1: Tratamento tópico do melasma para inibir a síntese da melanina
Ação | Agente |
Inibidor da tirosinase | Hidroquinona |
Ácido kógico | |
Ácido azeláico | |
Arbutin | |
Melawhite | |
Inibição da produção de melanina | Ácido ascórbico, magnésio-L-ascorbil-2 fosfato |
Glutadiona | |
Toxidade seletiva ao melanócito | Mercúrio amoniacal |
Isopropilcatecol | |
N-Acetil-4-S-cistearninofenol | |
N-2,4-Acetoxifenil-etilacetamina | |
N-Acetilcisteina | |
Supressão não seletiva da melanogenese | Indometacina |
Corticoesteroides |
A hidroquinona age na tirosinase provocando sua inibição. Ela é derivada do fenol sendo citotóxica, principalmente se usada em doses altas e períodos prolongados. A utilização deste agente terapêutico para tratamento do melasma deve ser na concentração de 4 a 5%. Concentrações de 2% são menos ativas e utilizadas em cosméticos terapêuticos pois até este nível não há efeitos colaterais marcantes.
O ácido kógico é citado em alguns trabalhos. É um derivado do arroz que também inibe a ação da tirosinase. É pouco irritante e pode ser associado a outras substâncias na concentração de 0,5 a 2%.
O Arbutin é um derivado metabólico da hidroquinona, inibe a tirosinase e pode ser usado de 2 – 4% provocando menor irritação que a hidroquinona. Outras substâncias na literatura como melawhite, isopropilcatenol, cisteaminofenol, melfade, entre outras, necessitam de confirmação, pois há relatos esparsos sem controle cego.
Remoção da melanina
Rompimento dos grânulos de melanina
Alguns aparelhos de laser através do mecanismo fototermólise seletiva podem atingir a melanína com maior especificidade. O laser pode melhorar as manchas de melasma porém costuma haver recidiva .
Muitas vezes após o clareamento do melasma com produtos tópicos, observa-se que há vasos dilatados formando rede que sombreia esta hiperpigmentação. O laser seletivamente pode ser usado para queimar estes vasos clareando as manchas. O laser deve ser usado após o preparo da pele com clareadores. A fluência (joules/cm2) deve ser pequena para evitar queimadura. Ele é ura tratamento coadjuvante e não é eficaz isoladamente.
Conclusão com relação ao tratamento
O tratamento do melasma é prolongado, a resposta somente inicia após cerca de 45 dias, e o sol precisa ser controlado e por esta razão o entendimento do paciente é importante.
O tratamento do melasma é difícil, porém há respostas muito adequadas. Geralmente a recidiva principalmente se houver exposição ao sol. Isto ocorre porque os melanócitos desta região tem um comportamento fisiológico alterado que especulativamente deve estar relacionado ao mecanismo hormônio receptor.
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TRABALHOS TRADUZIDOS PELO DR CLAUDIO WULKAN
Nesse recente trabalho, vinte pacientes do sexo feminino com melasma de tipo misto, nos dois lados da face, foram tratadas.
Ao final do tratamento , foi observada melhora de 55 % versus 37 % de melhora comparando o lado tratado com os 2 lasers, versus o lado onde só usaram a Luz Pulsada, respectivamente .
A satisfação dos pacientes foi maior no lado do tratamento combinado .
Infelizmente, a recorrência ocorreu em ambos os lados , mas ainda havia uma diminuição significativa em relação ao basal . Ou seja, mesmo com a recorrência do melasma, estaval melhor depois do que antes do tratamento
Nenhum efeito colateral grave foi notada .
Conclusão
A combinação de resultados LFQS e IPL na resolução mais rápida do melasma e é mais eficaz do que LFQS sozinho para o tratamento do melasma.
No entanto , a recorrência ainda é inevitável.
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Laser e melasma
Apesar dos vários métodos de se tratar o melasma hoje, o tratamento a laser é o que tem se mostrado mais eficaz. Quando falamos em “Tratamento a Laser para Melasma” estamos falando de tecnologias com resultados muito bons, mas que devem ser executadas por um profissional treinado e que tenha muito cuidado e critério na escolha do melhor tratamento.
Os tipos de laser mais utilizados para tratamento de manchas hoje são:
- Luz Intensa Pulsada (IPL / LIP): um ótimo tratamento para alguns tipos de mancha mas no melasma tem bastante chance de causar um efeito rebote, inclusive com piora das manchas. A decisão por esse método deve ser muito bem conversada com o profissional.
- Laser de CO2 Fracionado: o tratamento com Laser de CO2 Fracionado tem grande efeito para flacidez, marcas e cicatrizes. É também utilizado no tratamento de manchas e existem diversas palestras e publicações científicas que recomendam o seu uso no melasma, mas por ser mais agressivo e produzir mais calor, pode também piorar o melasma.
- Laser Nd-YAG QS (Laser Spectra, Elektra, Vektra QS): tem alta afinidade pela melanina e não provoca aquecimento da pele. Por isso é o melhor laser para tratamento do melasma disponível atualmente. Devem ser feitas várias sessões com intervalos de 1 a 2 semanas. Além dos cuidados em casa. É o Laser mais seguro para esse tratamento, não causa efeito rebote, pode ser feito em qualquer época do ano desde que respeitadas as orientações do Dermatologista.
Observação: Ainda não existe nenhum tratamento definitivo para o melasma, por isso o acompanhamento que é feito posteriormente com o seu dermatologista é muito importante. Se depois de começar o tratamento do melasma o paciente notar que a pele escureceu, está irritada ou apresentou algum outro problema deve-se contatar o médico o quanto antes.
Leia mais sobre tratamentos de melasma em:
Melasma tratamento
Tratamento do melasma com lasers
Tratamento e causas do melasma
Tradução e comentários,
Dr. Claudio Wulkan , Dermatologia Clínica e Cirúrgica
UNIFESP- Escola Paulista de Medicina
Revisor Científico de Livros de Dermatologia da Editora Médica Manole
Assistente Depto. de Dermatologia da FMABC
Membro das:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
American Academy of Dermatology
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