Subcisão para cicatriz de acne: quando é indicada, como funciona e por que a combinação certa muda o resultado
A subcisão para cicatriz de acne é um dos procedimentos mais “subestimados” fora do ambiente dermatológico especializado — e, ao mesmo tempo, um dos que mais transformam o resultado quando a indicação é correta. Isso acontece porque muitas cicatrizes (principalmente do tipo rolling) não são apenas “marcas na superfície”: elas estão presas por traves fibrosas profundas, que puxam a pele para baixo. Quando essa fibrose não é liberada, lasers e tratamentos de superfície podem melhorar a textura, mas a depressão principal insiste em ficar.
O ponto central (e que eu faço questão de frisar): subcisão não é para todo mundo. Muitos pacientes não precisam. Em outros, ela é o passo que destrava a resposta. Cabe ao médico avaliar tipo de cicatriz, grau de aderência, fototipo, risco de hematoma, expectativa do paciente e, principalmente, decidir se faz sentido combinar com preenchimentos, bioestimuladores, microagulhamento robótico, radiofrequência microagulhada ou até mesmo com um roller cirúrgico em casos selecionados — sempre com critério, nunca por protocolo automático.
Sumário para entender tudo sobre: subcisão para cicatriz de acne
- O que é subcisão e por que ela existe
- Quem realmente precisa de subcisão (e quem não precisa)
- Cicatriz rolling e fibrose: o “alvo” clássico da subcisão
- Como o procedimento funciona, em linguagem simples
- O que a subcisão melhora (e o que não melhora sozinha)
- Combinações: preenchimentos, microneedling, RF microagulhada e roller cirúrgico
- Quando combinar faz sentido e quando é excesso
- Segurança, hematomas e cuidados pós
- O que a literatura mostra (visão baseada em evidência)
- FAQ avançado (com artigos e links)
1) O que é subcisão e por que ela existe

A subcisão é uma técnica que realiza a liberação mecânica das traves fibrosas que prendem a cicatriz em planos profundos. Em vez de tratar apenas “por cima”, ela atua no ponto em que a cicatriz está ancorada. Por isso, quando indicada, pode melhorar depressões que não respondem bem a tratamentos exclusivamente superficiais.
Do ponto de vista médico, a subcisão tem lógica anatômica: ao liberar as aderências, cria-se espaço para reorganização do tecido e para formação de colágeno no processo de reparo. Em alguns casos, o médico pode usar estratégias complementares para sustentar essa liberação e reduzir a chance de a cicatriz “re-aderir”.
2) Quem realmente precisa de subcisão (e quem não precisa)
A subcisão costuma ser mais indicada quando existe depressão evidente com aspecto “puxado” e ondulado, especialmente nas rolling scars. O exame médico (inclusive com iluminação lateral e palpação) ajuda a identificar aderência. Quando há traves profundas, o tratamento ganha outro nível.
Por outro lado, muitos pacientes têm cicatrizes mais superficiais, poros/texture issues ou boxcar menos aderida. Nesses casos, subcisão pode ser desnecessária — e fazer sem necessidade não é virtude: é excesso. A medicina moderna é isso: indicar o que ajuda e evitar o que não agrega.
3) Cicatriz rolling e fibrose: o “alvo” clássico da subcisão
A cicatriz rolling é aquele relevo irregular, como uma ondulação. Frequentemente, ela é sustentada por fibroses em planos profundos. Quando você melhora a superfície com laser, a pele fica mais lisa, mas a ondulação segue porque a trava não foi liberada.
Nesse contexto, subcisão costuma ser o passo “estrutural”. Depois, entra o refinamento com estímulo de colágeno. Essa sequência é uma das razões pelas quais clínicas com várias tecnologias e abordagem individualizada conseguem resultados mais consistentes.
4) Como o procedimento funciona (explicação simples e honesta)
Em linguagem simples: o médico utiliza uma cânula ou instrumento apropriado para “varrer” e liberar as traves que puxam a cicatriz. O objetivo não é “cortar pele”, e sim soltar a cicatriz do plano profundo onde ela está presa. O procedimento é feito com anestesia local e técnica cuidadosa para reduzir trauma e hematoma.
É normal haver algum grau de inchaço e, em muitos casos, hematoma temporário. Por isso, o planejamento precisa considerar sua agenda e sua tolerância a marcas transitórias. Segurança e técnica importam muito aqui.
5) O que a subcisão melhora (e o que não melhora sozinha)
A subcisão é especialmente boa para reduzir depressões aderidas. Ela costuma melhorar aquele “puxado” que dá sombra e irregularidade. É um passo que muda a anatomia da cicatriz, não apenas a textura da superfície.
O que ela não resolve sozinha: textura fina, poros, manchas residuais, cicatrizes muito estreitas e profundas (ice pick) ou irregularidade difusa sem aderência importante. Por isso, o melhor resultado costuma vir quando a subcisão entra como parte de um plano — e não como procedimento único para todo mundo.
6) Combinações: preenchimentos, microneedling, RF microagulhada e roller cirúrgico
Subcisão + preenchimento (quando indicado)
Em alguns pacientes, após liberar a fibrose, pode existir uma perda de volume local ou necessidade de suporte para evitar que o tecido “colapse” novamente. Nesses casos, o médico pode considerar preenchimento (frequentemente com ácido hialurônico em técnica específica) para oferecer sustentação e melhorar a transição do relevo.
Importante: isso não é obrigatório. Em muitos pacientes, a liberação e o estímulo de colágeno subsequente já são suficientes. O médico decide caso a caso, avaliando risco-benefício e objetivo estético.
Subcisão + microagulhamento robótico / roller cirúrgico (2,5 mm) – em casos selecionados
O microagulhamento (incluindo versões automatizadas/robóticas) e, em situações específicas, um roller cirúrgico de profundidade maior podem atuar como indutores de colágeno após a correção estrutural da aderência. O raciocínio é complementar: a subcisão solta e o microneedling estimula reparo e remodelação.
Porém, isso exige critério. Profundidade, número de passadas, risco de hematoma e fototipo precisam ser avaliados. Em mãos experientes, e com boa indicação, pode ser um combo excelente. Em mãos erradas, ou em paciente que não precisa, vira excesso.
Subcisão + radiofrequência microagulhada (fracionada)
A radiofrequência microagulhada adiciona energia térmica controlada na derme, potencializando estímulo de colágeno. Quando bem indicada, pode ser uma boa etapa após a liberação da fibrose, contribuindo para melhora de textura e sustentação do tecido.
Assim como em qualquer combinação, a questão central é sequência, objetivo e segurança. Nem todo paciente precisa dessa associação — mas, quando precisa, costuma melhorar bastante a consistência do resultado.
7) Quando combinar faz sentido e quando é excesso
Combinar faz sentido quando cada etapa resolve um “problema anatômico” diferente. Exemplo: aderência profunda (subcisão) + estímulo de colágeno (RF microagulhada) + refinamento de textura (laser não ablativo ou CO2 em outro momento). Isso é medicina: uma cadeia lógica.
É excesso quando a combinação é automática, igual para todos, sem diagnóstico do tipo de cicatriz. Em muitos pacientes, o melhor plano é mais simples — e é justamente aí que a experiência médica aparece: fazer menos quando menos é o certo.
8) Segurança, hematomas e cuidados pós
O efeito adverso mais comum é hematoma temporário. Como a subcisão atua em plano profundo, algum sangramento local pode acontecer, e a pele pode ficar inchada por alguns dias. A clínica deve orientar cuidados, compressas, restrições e o que é considerado normal versus sinal de alerta.
Segurança também envolve seleção do paciente: avaliar medicamentos que aumentam sangramento, histórico de hematomas importantes, tendência a queloide (quando aplicável), e sempre planejar a técnica de acordo com o risco individual.
9) O que a literatura mostra (visão baseada em evidência)
A literatura descreve a subcisão como uma técnica eficaz para cicatrizes atróficas, especialmente rolling, e destaca que combinações (subcisão + microneedling/RF/laser/preenchimentos) podem ser úteis quando bem indicadas. Revisões de ensaios clínicos reforçam que os melhores resultados costumam vir de seleção correta e plano individualizado.
Um review no Journal of Cosmetic Dermatology discute subcisão no contexto de cicatrizes de acne e sintetiza a evidência disponível. Além disso, o JAAD (CME) organiza as modalidades procedimentais e cirúrgicas, reforçando que a escolha depende do tipo de cicatriz e do paciente.
Leia mais sobre tratamentos de cicatriz de acne e subcisão para cicatriz de acne:
- Tratamento de cicatriz de acne (visão completa)
- Melhor tratamento para cicatriz de acne (decisão e comparativos)
- Clínica para cicatriz de acne em São Paulo (segurança e estrutura)
- Técnica: Laser CO₂ fracionado para cicatriz de acne
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A subcisão é excelente quando indicada — e desnecessária quando não é.
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FAQ avançado – Subcisão para cicatriz de acne (com artigos e links)
1) Subcisão é indicada para todo mundo que tem cicatriz de acne?
Não. Subcisão é indicada principalmente quando há cicatrizes atróficas com aderência (muito comum nas rolling scars). Se a cicatriz não está presa por fibrose profunda, a subcisão pode não agregar e, nesse cenário, outras técnicas podem ser mais adequadas para textura e refino.
Por isso, a decisão deve ser baseada em exame clínico: iluminação lateral, palpação e avaliação do padrão de cicatriz. Diretrizes e revisões procedimentais reforçam que a escolha do método é multifatorial e centrada no tipo de cicatriz e no paciente.
Artigos:
Procedural and surgical treatment modalities for acne scarring (JAAD CME, 2024)
2) Subcisão melhora “buracos” profundos do tipo ice pick?
Em geral, ice pick (estreitas e profundas) respondem menos à subcisão isolada, porque o problema principal não é só aderência: é profundidade focal e padrão anatômico específico. Esses casos frequentemente exigem abordagens mais direcionadas e, em alguns pacientes, estratégias focais.
Isso ilustra por que a indicação não pode ser automática. O mesmo paciente pode ter rolling (que se beneficia muito da subcisão) e ice pick (que exige outro plano). Revisões procedimentais organizam exatamente esse raciocínio: cada cicatriz tem uma lógica.
Artigos :
Procedural and surgical treatment modalities for acne scarring (JAAD CME, 2024)
3) Subcisão combinada com preenchimento é sempre melhor?
Não. Em alguns pacientes, o preenchimento pode oferecer suporte após a liberação da cicatriz, especialmente quando existe perda de volume local ou quando o médico avalia risco de re-aderência. Em outros pacientes, a própria resposta de reparo e o estímulo de colágeno subsequente já são suficientes.
A decisão deve considerar o tipo de cicatriz, o grau de depressão, o risco de hematoma e a expectativa estética. O ponto mais importante é que preenchimento, quando indicado, deve ser feito com técnica apropriada e por médico treinado, porque a região facial exige domínio anatômico.
Artigos:
Procedural and surgical treatment modalities for acne scarring (JAAD CME, 2024)
4) Subcisão e microagulhamento (robótico ou roller cirúrgico) podem ser um combo excelente?
Podem, quando bem indicados. O raciocínio clínico é complementar: a subcisão libera a aderência; o microagulhamento/roller cria estímulo de colágeno e melhora de textura. Em pacientes com cicatrizes mistas, essa sequência pode gerar melhora mais consistente do que qualquer uma das técnicas isoladamente.
Mas isso não é “regra”. Alguns pacientes não precisam de ambos; outros se beneficiam mais de laser ou RF microagulhada após a subcisão. Um artigo do JDD discute considerações para o sucesso do microagulhamento em cicatrizes de acne, o que ajuda a sustentar a abordagem quando indicada.
5) E subcisão + radiofrequência microagulhada (fracionada)?
É uma associação que pode fazer muito sentido em alguns casos: você libera a cicatriz que está presa e, em seguida, estimula colágeno com RF microagulhada, ajudando na sustentação e refinamento gradual da textura. Para determinados pacientes, isso acelera a percepção de melhora e reduz a necessidade de repetir sessões que não atacam o “núcleo” do problema.
A literatura compara RF fracionada com lasers e discute eficácia e efeitos adversos. Além disso, há trabalhos no JDD envolvendo radiofrequência focada em cicatrizes, reforçando que energia térmica pode ter papel no tratamento quando bem indicada.
Artigos :
Fractional Radiofrequency Treatment vs Lasers for Acne and Acne Scars: A Meta-analysis (PubMed, 2022)
Treatment of Acne Scars With High Intensity Focused Radio Frequency (JDD)
6) Existe evidência específica revisando subcisão para cicatriz de acne?
Sim. Há revisões clínicas que analisam subcisão em cicatrizes de acne e discutem técnicas, combinações e resultados. Esses trabalhos reforçam que subcisão é particularmente útil em cicatrizes aderidas e que resultados podem ser potencializados com métodos adjuvantes, desde que o médico selecione bem o paciente.
Um review no Journal of Cosmetic Dermatology sintetiza ensaios clínicos e traz uma visão geral do papel da subcisão no tratamento das cicatrizes. É uma referência sólida para quem deseja embasar a indicação com literatura.
Artigo :
Subcision in acne scarring: A review of clinical trials (Journal of Cosmetic Dermatology, 2023)
Quem realiza o procedimento?
O tratamento é conduzido pelo Dr. Claudio Wulkan e equipe especializada.
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