Os perigos da automedicação

Parece inofensivo tomar um simples comprimido para aliviar a dor de cabeça, o enjoo ou a cólica. Mas ao consumir remédios sem receita médica você pode causar sérios danos à saúde ou camuflar os sintomas de algo mais sério.

Quando há uma inflamação, o sistema de defesa do organismo cria um edema que comprime os nervos da região vizinha, causando a dor. Quanto maior a intensidade da reação imune, portanto, maior a dor. Mas ao tomar um remédio que alivia a dor, a reação de defesa perde a força.

Os anti-inflamatórios (entre eles os analgésicos) inibem as defesas e facilitam a ação dos microorganismos. Esses medicamentos tiram a dor, mas camuflam sintomas e podem até piorar o quadro. Quando a prescrição do medicamento é feita por uma especialista, não há problema, uma vez que existe um diagnóstico e os riscos foram calculados.

Os mais populares são os analgésicos a base de ácido acetilsalicílico. Fácil encontrar uma cartelinha com os comprimidos em casa ou na bolsa. Mas este remédio inibe a produção do muco que protege o estômago e os ácidos que agem na digestão podem afetar as paredes do órgão, causando úlceras e sangramentos.

No caso dos antiinflamatórios à base de diclofenaco sódico, podem ocorrer complicações renais, principalmente nos idosos. É por isso que são feitas uma série de perguntas aos pacientes antes de optar por uma fórmula ou outra. Investigações de doenças anteriores, o quadro atual, o histórico da família, riscos de associações a outros medicamentos e alergias, também ajudam na determinação do uso de medicamentos.

 

Alívio imediato. Será?

Existem mais de 150 tipos de dor de cabeça. Seja qual for a sua tormenta, quando ela chega, acaba com o humor! Às vezes ela chega de mansinho e, de tão acostumada, você nem dá bola. Outras surgem como uma martelada!

Estima-se que 65% das pessoas que sofrem desse mal tenham dificuldades no trabalho em sua decorrência. Talvez, por esse motivo, seja tão comum o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para barrar a dor.

 

Confira o impacto da automedicação no agravamento da dor e veja algumas dicas para driblar o mal de uma forma mais natural:

Existem dores de cabeça que se tornam crônicas devido ao uso abusivo desses medicamentos, como a cefaléia crônica diária. Além disso, o uso sem orientação destes medicamentos também pode provocar reações alérgicas, gastrointestinais e outras mais graves, principalmente devido à interação com outros medicamentos ou álcool.

 

Quando acontece o efeito rebote?

O efeito rebote acontece quando cessa o efeito do medicamento e a dor de cabeça volta com mais intensidade. Isso também pode ser provocado pelo uso de medicamento sem orientação médica, o que torna a medicação cada vez mais ineficaz, obrigando o paciente a aumentar a dose ou diminuir o espaço entre as doses.

 

Existem outras formas de acabar com a dor de cabeça?

Existem formas alternativas para prevenção das crises, como:

– exercícios físicos, como caminhada ao ar livre, funcionam comprovadamente como um método preventivo

– evitar o fumo e o álcool

– diminuir o estresse cotidiano

– buscar momentos de lazer

– sair da rotina

– evitar alimentos artificiais, enlatados e com muitos conservantes

– ingerir bastante líquido, para hidratação.

 

Pense em sua saúde, evite a automedicação e sempre que precisar, procure um médico.

Dr. Claudio Wulkan é:
Dermatologia Clínica e Cirúrgica
UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Revisor Científico de Livros de Dermatologia da Editora Médica Manole
Assistente no ambulatório de Dermatologia Estética na Faculdade de Medicina, FMABC

Membro das:
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica
American Academy of Dermatology
Corpo Clínico Hosp. Israelita Albert Einstein Alphaville desde 2004
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